terça-feira, 19 de maio de 2015


Sustentabilidade é coisa do passado!

Museu de Sambaqui e UNIVILLE discutem 
recursos naturais e hábitos alimentares no 1º. Past Food
com programação científica, atividades experimentais e degustação

Você gosta de comer  bagre, robalo, baiacu, corvina? Ostras, berbigões e mariscos? E gosta de cará, batata-doce, taioba, milho e pinhão? As preferências de paladar costumam ser individuais e seletivas. No entanto, elas também estão relacionadas com os hábitos e heranças culturais. No caso dos alimentos citados, estas preferências são antigas. Especificamente, de milhares de anos atrás. É o que nos revelam os dados obtidos em pesquisas sobre alguns sambaquis da nossa região. Os insumos alimentares, a exploração dos recursos, o possível modo de coleta e de preparo e a criação de algumas receitas, pensando na tecnologia do passado, movimentam a programação científica do Past Food – Sabores Sambaquianos, que o Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville promove neste mês, em parceria com o curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da UNIVILLE.

O Past Food tem uma programação científica que ao encontro do tema proposto pelo ICOM para a 13ª Semana de Museus, que é “Museus para uma Sociedade Sustentável”. Com o projeto Past Food: Sabores Sambaquianos, o MASJ provoca o público mais uma vez a pensar o Museu como um laboratório de práticas sustentáveis, aberto a apropriações variadas. A programação começou no dia 13 de maio e se encerra no dia 29, com uma degustação e palestra aberta ao público.

O evento é uma proposta do MASJ com o objetivo de criar possibilidades diversas de divulgação dos dados científicos, que podem ser obtidos através de uma escavação arqueológica. Em específico sobre as analises que identificam a dieta de grupos passados, como os pescadores-caçadores-coletores que construíram os sambaquis. Nesta primeira edição, o foco é a dieta alimentar dos sambaquianos. Especificamente, os alimentos identificados na fauna e na dieta destes grupos, a partir de pesquisas realizadas nos sambaquis  Cubatão I, o Espinheiros II, o Morro do Ouro, o Enseada e o Itacoara.

O curso de Gastronomia e a pós-graduação de Arqueologia da UNIVILLE são parceiros do evento e estão desenvolvendo a proposta com os alunos da primeira fase das disciplinas Metodologia Científica e História da Alimentação e Habilidades de Cozinha. A programação envolve um seminário científico, com discussão de oito artigos de arqueologia sobre dados alimentares e herança cultural, a prática experimental para criação de receitas, tendo como referência as possibilidades tecnológicas do passado, uma degustação pública e uma palestra sobre memória gustativa.

O seminário e as práticas experimentais serão desenvolvidos entre as equipes da UNIVILLE e o MASJ. Já a degustação de receitas criadas pelos alunos e a palestra com a professora Mariana Corção (UFPR) serão abertas ao público e ocorrem no dia 29 de maio, às 19h, no Centro de Artes e Design da UNIVILLE.  Toda a equipe técnica do MASJ se envolveu na pesquisa e produção do evento, que inclui ainda a criação de peças gráficas que estarão em exposição no dia 29, durante a degustação e a palestra. Equipes da Fundação Cultural de Joinville e da Secretaria de Comunicação também estão participando da programação e criação das peças.


Um comentário:

  1. Parabéns equipe MASJ, grande iniciativa. Que venham mais eventos assim, a ciência e principalmente a zooarqueologia/arqueologia agradecem!

    ResponderExcluir